Entrevista de Martin Freeman para o site Time Out.
O site Time Out entrevistou Martin Freeman devido ao lançamento do segundo filme da trilogia de "O Hobbit" e ele aproveitou e falou um pouco sobre a nova temporada de Sherlock. Confiram:
Dada a quantidade de especulação sobre o último episódio de Sherlock,
você está preocupado que a grande revelação seja anticlimática?
Na verdade, o próprio Mark Gatiss disse isso. Tem um quê de mundano em
saber a verdade de uma coisa. É como pedir [ao ilusionista] Derren Brown (que
foi visto nas gravações de Sherlock) para explicar uma das coisas fantásticas que ele faz.
Quando ele te conta, é provável que você fique tipo "Ah, tá..." Eu
ainda acho que será satisfatório, apesar disso. Muitas pessoas viajaram completamente
nas teorias de como acham que aconteceu e algumas chegaram bem perto. A gente
brinca um pouco com isso no programa.
A revelação acontece cedo?
Vou tentar ser honesto aqui. Ai Deus, não lembro em que episódio é.
Terminamos de filmar o terceiro há pouco tempo e...acho que é revelado
relativamente cedo.
Você e Benedict Cumberbatch - coincidentemente a voz de Smaug - disseram
que gostariam de fazer uma quarta temporada de Sherlock, mas até agora a BBC
não confirmou nada. Houveram discussões formais?
Acho que podemos assumir com segurança que antes desse século acabar
haverá mais Sherlock.
Tanto O Hobbit e Sherlock são objetos de culto, grande
devoção. Há diferenças óbvias entre cada grupo de fãs?
Nesse país, de qualquer forma, Sherlock é assistido por
milhões e milhões de pessoas: seu tio, meu primo, aquele professor, aquele
livreiro, o encanador. Pessoas normais. Mas os que realmente se sobressaem são
quase todas mulheres entre os 16 e 21 anos. É um dado demográfico bem claro. Já
os fãs de O Hobbit, claramente há muitos já que o filme se saiu muito bem, mas
eles são mais reticentes, na verdade. São bem educados.
Uma outra diferença menos aparente é a abordagem de cada grupo nas fan
arts de cunho sexual. Na verdade, há uma comunidade online inteira de fãs de
Sherlock dedicada a desenhar imagens de Watson e Sherlock, você e Cumberbatch,
em vários estados de...relacionamento. Alguma dessas coisas te incomoda?
Sempre vi isso pelo princíprio de você não se sentir ofendido se as
pessoas insinuam que você é gay - então não, nunca dei a mínima. Se eu me
sentisse ofendido, eu pensaria, o que isso faz de mim? Eu não ia querer que uma
criança de 15 anos pensasse que eu tenho vergonha. Eu não tenho. Se for alguma
coisa, é um pouco engraçado ver imagens de mim e Ben fazendo seja lá o que
estejamos fazendo um com o outro - mesmo que estejam bem longe da verdade. As
únicas coisas que me incomodam um pouco é quando as pessoas ficam possessivas
com isso ou acham que deveria haver um certo tipo de reação, como se [a arte]
precisasse estar na National Gallery.
Você tem imagens preferidas?
Ian McKellen [Gandalf em O Hobbit] ficou me mandando emails tipo,
"Viu isso, querido?" e eu fiquei pensando, sim, já vi coisas muito
mais extremas que isso. Algumas são muito bem desenhadas - vamos colocar assim
- com arte boa e genuína de graphic-novel. Mas algumas são um pouco...sabe, não
pro meu gosto.
Ainda há um lado sinistro nesse nível de fandom. Sua companheira Amanda
Abbington interpreta o interesse amoroso de Watson, Mary Morstan, na próxima
temporada - o que, claro, não caiu bem para o subentendido romance entre Watson
e Sherlock. Alguns fãs ficaram tão possessos que tuitaram ameaças de morte para
ela.
Isso é ridículo. Pra mim, eles não são fãs do programa - são fãs de um
programa que só existe em suas cabeças. Obviamente, eu amo Amanda e quero que
todos reajam positivamente a ela; ela interpreta uma personagem fantástica e
traz muita coisa para a terceira temporada. Se as pessoas querem imaginar John
e Sherlock transando, são mais que bem-vindas, mas isso não terá nada a ver com
o que fazemos no programa.
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